Quem espera um filme de amor, em “Era uma vez” de Breno Silveira, no máximo vai chorar ao ver que infelizmente não há amor que pague as diferenças sociais. Nesse ponto, o filme é mais tocante que “Cidade de Deus” e “Tropa de Elite” seus dois irmãos de morro, pois mostra nitidamente o preconceito, a desigualdade, ou melhor, o vácuo social que existe entre a Vieira Souto e a favela do Morro do Cantagalo, moradores de Ipanema. Como resolver isso? Não sei, ninguém sabe... Acabar com os traficantes, mas não são eles que dão assistência pra comunidade, que providenciam desde chafariz a remédios e, principalmente, o dinheiro da polícia. A coisa já começa mal aí. Todo mundo sabe que a maior parte da polícia é corrupta é despreparada. Romeu e Julieta acabam morrendo igualzinho como acontece no dia a dia do Rio. Talvez a melhor saída pro filme e pra quem vive no Rio seria fugir para uma praia no nordeste, pra Europa, pra qualquer lugar, longe daquela guerrilha urbana, um final feliz. Mas não, o filme se encerra ali, de forma trágica, como a peça de Shakespeare, no cartão postal da Cidade que de maravilhosa só as paisagens das janelas, e quem sabe ainda, o amor.
Parabéns pelo filme, parabéns a toda a equipe, ao Canal Brasil pela divulgação. Nós precisamos ver esse tipo de filme, o Brasil precisa se enxergar, esqueçam um pouquinho o marketing de “Batman o Cavaleiro das Trevas” e vão assistir a esse excelente filme nacional.