quarta-feira, 30 de julho de 2008

Era uma vez um Rio que amava.

Saí assustado do cinema. Se tivesse saído de um cinema em Ipanema ou Leblon talvez ficasse mais assustado ainda. Mas moro em Brasília, no Plano Piloto, um lugar tranqüilo, mas que habitam os mesmos miseráveis, os mesmos desfavorecidos de vários cantos do Brasil, talvez nem tanto como aqueles que moram nas favelas do Rio de Janeiro.

Quem espera um filme de amor, em “Era uma vez” de Breno Silveira, no máximo vai chorar ao ver que infelizmente não há amor que pague as diferenças sociais. Nesse ponto, o filme é mais tocante que “Cidade de Deus” e “Tropa de Elite” seus dois irmãos de morro, pois mostra nitidamente o preconceito, a desigualdade, ou melhor, o vácuo social que existe entre a Vieira Souto e a favela do Morro do Cantagalo, moradores de Ipanema. Como resolver isso? Não sei, ninguém sabe... Acabar com os traficantes, mas não são eles que dão assistência pra comunidade, que providenciam desde chafariz a remédios e, principalmente, o dinheiro da polícia. A coisa já começa mal aí. Todo mundo sabe que a maior parte da polícia é corrupta é despreparada. Romeu e Julieta acabam morrendo igualzinho como acontece no dia a dia do Rio. Talvez a melhor saída pro filme e pra quem vive no Rio seria fugir para uma praia no nordeste, pra Europa, pra qualquer lugar, longe daquela guerrilha urbana, um final feliz. Mas não, o filme se encerra ali, de forma trágica, como a peça de Shakespeare, no cartão postal da Cidade que de maravilhosa só as paisagens das janelas, e quem sabe ainda, o amor.

Parabéns pelo filme, parabéns a toda a equipe, ao Canal Brasil pela divulgação. Nós precisamos ver esse tipo de filme, o Brasil precisa se enxergar, esqueçam um pouquinho o marketing de “Batman o Cavaleiro das Trevas” e vão assistir a esse excelente filme nacional.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

British colonies in Brazil

I have no, no chance in rock because I sing brazilian songs. Nei Lisboa já tinha dado o recado, mas parece que essa gurizada continua procurando lá, o aqui. Adoro Rock Inglês, adoro Literatura Americana, mas não suporto Júpiter Maçã querendo ser Sid Barret e Clara “OverBuk” querendo ser John Fante... Sei que os dois devem estar fudendo para o que eu acho. Mas o objetivo não é esse. Não é fazer uma crítica sobre a juventude brasileira, sobre a MTV, sobre o Rock Gaúcho... O objetivo é perceber certos aspectos, e como podemos ser diferentes, fazer a diferença. À medida que a gente se enxerga, quando olhamos uma foto antiga e pensamos, eu era assim eu usava isso. Coisas que vão perdendo o sentido. Inversão de valores.Recentemente vi esse talk show do Júpiter e me lembrei de “Mitologias” livro de Roland Barthes em que ele faz análises de coisas cotidianas, banais. Notei no programa essa exagerada coisa de querer ser inglês, ser americano. Nada contra, mas me soa Fake. Júpiter vive o sonho do sonho e Clara, a negação da negação. Pela lógica, dá zero. Não acrescenta. Tirando essas máscaras, a gente percebe que sobra muito pouco...