A desesperança no coletivo é fato. Todas as ideologias, utopias e sonhos românticos morreram. Aliás, nem consigo assistir esses filmes de jovens classe média lutando por proletários nos anos 60. Coletivo nos morros? Com baile funk? Coletivo com ONGs de fachada? Eco chatos do Greenpeace? Com mercenários do show business? Não... O mundo vai mal... Não acredito em relações internacionais, diplomacias, não acredito mais em nada. É o salve-se quem puder. Me aborreço constantemente com essa coisa yuppie individualista. Não existe mais diálogo, troca de idéias. Existe uma super exteriorização do Eu, exacerbada pela vontade do consumo, o desejo de ser importante, ser alguém. As pessoas estão perdidas e não sabem no que se agarrar. O mundo pós - tudo está mexendo com nossas cabeças, deixando-as em dúvida se vale a pena lutar por religião, política, futebol e até mesmo o amor. Pode ser um ponto de partida, uma ruptura para a separação do sujeito em busca da diferença interna, afinal existe vida aqui dentro, mas será que não estamos virando máquinas do sinto muito, mas não sinto nada? Que sejam máquinas de guerra nômades para combater esses neo "facistinhas" de plantão. Para cortar esse discurso esquizofrênico, pois o saber é pra cortar, não pra ficar mostrando: - olha como eu sei, vejam como eu sou inteligente, fiz cursinho... As pessoas estão se tocando de si, agora precisam enxergar o outro, o espelho, precisam deixar de ser hipócritas, interesseiras. Enquanto continuarmos essa produção de significados, construções de imagens mentais superpostas em camadas de discurso, estamos perdidos. Enquanto isso, sigo a trilha de Heidegger, que muita gente aponta de nazista, mas que escreveu um belíssimo texto chamado “o caminho do campo”: (...) Quando os enigmas se acotovelavam e nenhuma saída se anunciava, o caminho do campo oferecia boa ajuda: silenciosamente acompanhava nossos passos pela sinuosa vereda, através da amplidão da terra agreste. O pensamento sempre de novo as voltas com os mesmos textos ou com seus próprios problemas, retorna a vereda que o caminho estira através da campina. Sob os pés, ele permanece tão próximo daquele que pensa quando do camponês que de madrugada caminha para a ceifa...
sábado, 22 de março de 2008
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